Entenda o Proj. Rodando as Cidades da Copa



Diário de Motocicleta

Quem me conhece sabe que eu não sei quantos caras jogam no gol... só para ter uma ideia do grau de importância que o tema futebol tem na minha vida, mas ai você deve estar se perguntando, que raios de projeto é este então?

Bom, há tempos nós sonhávamos em viajar pelo Brasil, na verdade, o plano sempre foi conhecer primeiro o nosso país, para só então sair em viagem pelo mundo.

Quebrar a cabeça montando um roteiro que cruzasse as cinco regiões foi um desafio superado, quando anunciaram a Copa do Mundo no Brasil.
O evento caiu como uma luva, já que distribuiram os jogos pelos quatro cantos do país.

Agora eu tinha um roteiro, e bastou um pouco de logística para traçar os mapas de uma volta completa, em sentido anti horário, saindo de São Paulo, subindo para Brasília, depois Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus (seis dias navegando o Rio Amazonas e depois descendo a BR-319), Cuiabá, Porto Alegre e Curitiba.

Vimos muitas Arenas ainda em construção, muita obra que até hoje não foi entregue, e nos tornamos os únicos turistas a visitar os 12 Elefantes Brancos erguidos/reformados para a Copa do Mundo.
Política a parte, focamos no turismo que estas 12 cidades "sede da copa" oferecem aos turistas, com ou sem um evento deste porte.

Em parceria pela 2ª vez consecutiva com o Salão Duas Rodas, nossa trip pelo Brasil terminou com a nossa moto mais suja do que nunca, em exposição no Anhembi, onde mais uma vez tivemos o prazer de receber o abraço dos amigos e escutar incríveis relatos de viajantes de moto.

PILOTANDO ÀS CEGAS

10º dia de viagem
Cidade: Arraial D´Ajuda/BA | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 16/8/2013
Diário de Motocicleta

Depois de uma ótima recepção na Pousada Raio de Sol do amigo motociclista Geraldo Fraga (Brazil Riders) em Guarapari, saímos rumo a Arraial D´Ajuda.

A BR-101 capixaba tá um show, com boa parte do asfalto novo, muito bem sinalizada e com curvas deliciosas. O único senão é a grande quantidade de caminhões até Vitória, e alguns trechos em obras como a alça de acesso para Vila Velha que faz muitas voltas e se mistura ao trânsito local... tirando as mil ultrapassagens, é possível fazer uma viagem tranquila e esticar em alguns momentos até 130 / 140 km/h (não faça isso em casa).

No entanto, por conta das constantes reduzidas e espera para o momento seguro para ultrapassar, a viagem segue na média de 70 a 80 km/h, prova disso é que na primeira hora percorremos apenas 73 km e na segunda cerca de 85 km.

O bom mesmo é curtir a paisagem e o capricho da natureza com campos que seguem ondulados até se transformarem em rochas e subir em altas montanhas de pedras pretas.

Simplesmente lindo!

Os pedágios desaparecem e os radares somente em zonas urbanas, marcando entre 40 e 60 km/h.

Este paraíso meio que acaba quando entramos na Bahia.
O asfalto literalmente muda de cor e de textura e a sinalização horizontal praticamente se apaga. Fica complicada a pilotagem mais por conta dos solavancos da pista, com ondulações injustificadas até mesmo em lugares sem remendos.

Não há em grande parte da pista acostamento e os postos de gasolina sem bandeira começam a proliferar.
A boa notícia é que há muito poucos buracos.


O Perrengue

Quando chegamos em Eunápolis/BA o tempo nublado que nos acompanhou desde Guarapari/ES transformou-se em chuva passageira, coisa pouca, mas que nos fez parar no Posto da Polícia Rodoviária para Elda colocar a Capa de Chuva da GIVI.

Tudo pronto, seguimos para Arraial D´Ajuda pela BR-367 facilmente acessada pela BR-101.

O começo dela é trecho urbano, com semáforos e iluminação pública, depois disso vem o breu e mais uma vez a ausência de acostamento.

Passados uns 5 km, loucos para chegar e já pilotando sem a luz do Sol – já passavam das 18h30 – liguei o farol alto e o danado apagou. Pensa em um cego pilotando uma moto a 120 km/h!

Mantive a calma, tirei a mão do acelerador e acendi o pisca alerta para ser visto naquela escuridão.

A lanterna da V-Strom iluminava muito pouco a pista, suficiente para constatar que não havia acostamento, enquanto isso o dilema passava pela cabeça... seguir em frente ou voltar até então uns 10 km para Eunápolis?

Resolvi continuar e quando duas motos passaram por mim, entortei o cabo para segui-las, mas infelizmente mesmo com o pisca alerta ligado, os caras não se tocaram e me parece que até aceleraram mais, meio que abrindo fuga.
Por segurança deixei os meninões seguirem de chinelo e camiseta e voltei a tirar a mão.

No primeiro ponto de luz parei para verificar os fusíveis e para o espanto, todos estavam em perfeita ordem, então não tinha o que fazer a não ser continuar.

A providência divina já havia cessado a chuva e agora abria o céu para que uma Lua Quarto Minguante iluminasse ainda que bem pouco a pista... e assim seguimos cegos seguindo carros que passavam por nós a mil por hora.

Houve um carro que quando passou por nós e viu as luzes apagadas, reduziu e foi desviando de buracos e dando seta a cada curva, mas logo saiu da pista e seguimos novamente no escuro.

Foram intermináveis 60 km até Arraial D´Ajuda, mas que felizmente acabou bem.

Agora vamos resolver essa problema e subir para Salvador.

 

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